"Creative Sunset"

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Thursday, December 9, 2010

A Educação através de Redes Sociais




As redes sociais já foram consideradas o futuro da internet. O futuro, portanto, chegou. E com ele uma dúvida: agora que as redes já são uma realidade, o que esperar delas? "Com a web cada vez mais interativa e social, penso que passaremos por um período em que surgirão diariamente novas alternativas de suporte para as redes sociais", responde Suzana Gutierrez Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pesquisadora do Tramse (Núcleo de Pesquisa sobre trabalho, movimentos sociais e educação da UFRGS).
Estas alternativas terão características diferentes segundo o ponto de interesse - música, comunicação, vídeos ou jogos, por exemplo - que procurarem atender. "Algumas vão desaparecer em pouco tempo, outras se transformarão, outras, ainda, vão compor novas alternativas híbridas. Algumas se consolidarão e farão história, como os blogs", prevê Suzana. Ela mesma lembra que isto já está acontecendo e cita como exemplo o Twitter. Se no início as pessoas respondiam à pergunta: "o que você está fazendo?", hoje elas contam no site o que está acontecendo.
Neste sentido, a portabilidade pode ser um primeiro e importante passo em direção ao futuro. "Não vai demorar até que a internet esteja por aí nas mochilas e nos bolsos", afirma Lilian Starobinas, Mestre em História Social, Doutora em Educação e pesquisadora de redes, colaboração e tecnologia. Para ela, a portabilidade e a mobilidade de computadores e conexões poderão ser aproveitadas em aplicações educacionais.
"A educação não pode, portanto, evitar o computador e filtrar sites como Orkut e YouTube. Educar é preparar para usar bem, com critério, ética e responsabilidade", opina Lilian. A pesquisadora também usa como exemplo o Twitter. "Ferramentas como esta alteraram a concepção de audiência, já que os comentários podem tanto ser voltados aos contatos do autor quanto a todos os interessados em determinado tema. Esse é um caminho fantástico para a troca de informações em larga escala", diz.
Tudo indica que, no futuro, redes sociais e educação se encontrarão frequentemente. "Novos recursos serão colocados nas atuais redes sociais porque, mesmo que esses sites não tenham sido criados para fins educacionais, os professores reconheceram o potencial deles para o ensino. As redes podem ser usadas pelos professores como ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), por terem recursos como fóruns de discussão, chats e, blogs", observa Vanessa Bohn, mestranda da Faculdade de Letras da UFMG e professora de inglês do Colégio Militar de Belo Horizonte.
A expectativa é que, além de contribuir com a educação, as redes sociais possam estimular também mudanças positivas nos métodos e nas formas de ensino, aprendizado e estudo. Se o que era futuro já virou presente, o que está sendo construído agora é uma rede de futuras possibilidades. Pegando emprestada uma prática comum nas redes sociais, possibilidades construídas com a colaboração de todos.
Em dezembro de 2008, 17,2 milhões de pessoas acessaram o Orkut nos lares brasileiros, o que significa sete em cada 10 internautas residenciais, o que o alça à posição de rede social de maior adesão no País. Em média, cada usuário gasta quatro horas e 40 minutos por mês no site, segundo o Ibope/NetRatings. O site é o segundo colocado em visitantes, perdendo apenas para o buscador Google, mas possui o maior volume de acessos e o maior tempo gasto da web residencial brasileira. (Confira mapa das redes sociais no mundo)
O principal público do Orkut são os adolescentes. Pessoas com até 20 anos representam 56% dos acessos ao site. Uma criança abre em média 470 páginas por mês, um adolescente vê 1.850 e adultos não passam de 700 (Ibope/NetRatings).De acordo com o levantamento Kids Experts 2008, encomendado pelo canal infantil Cartoon Network, 80% dos adolescentes entre 13 e 15 anos e 67% das crianças entre 10 e 12 usa com freqüência programas como MSN Messenger ou Google Talk.
A ampla disseminação entre as novas gerações do uso das novas tecnologias e, mais especificamente, das redes sociais na internet pode ser de grande valia para educação. O trabalho em rede pressupõe colaboração, cooperação, valores que só enriquecem o processo de aprendizado. "Uma pesquisadora espanhola - Tíscar Lara- diz que educar em rede e sobre as redes é uma questão de atitude. Afirma também que, quando o educador incorpora o uso de comunidades virtuais - redes sociais - em sua prática docente está desenvolvendo também um currículo oculto: o aprender a viver em rede", destaca Sonia Bertocchi, gestora da comunidade virtual Minha Terra, do EducaRede, e autora do blog Lousa Digital.
Assim, a educação adquire um caráter coletivo, para o qual Jésus Beltran Llera chama a atenção no artigo "A Sociedade em Rede": "No contexto das comunidades virtuais, a construção do conhecimento já é uma atividade social e não meramente individual".
A interação proporcionada pelas redes permite encontros, trocas, compartilhamento."A educação não é um processo solitário; é um processo coletivo. A gente aprende com outras pessoas, olhando o que elas estão fazendo; aprende com as impressões dos outros", acredita Raquel Recuero, autora do livro "Redes Sociais na Internet" (Ed. Sulina).
Além disso, o uso das redes com fins educativos permite que o processo de aprendizado extrapole os muros da escola, vencendo limitações impostas pela sala de aula. "O tempo de encontros nas escolas é muito reduzido e não oferece oportunidades para que todos os alunos de uma turma possam expressar suas dúvidas ou opiniões", destaca Vani Kenski, doutora em Educação, autora do livro "Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação" (Ed. Papirus) e coordenadora do Site Educacional. "A organização de redes virtuais em que todos podem participar e apresentar sem medo suas opiniões e dificuldades auxilia os alunos, que podem, por sua vez, se ajudar, oferecendo informações e esclarecendo pontos mais difíceis de compreensão, colaborando para que todos aprendam", complementa.

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